VERMELHO POR DENTRO com ANTONELLO VENERI

Oficina de FOTOGRAFIA e PROCESSO CRIATIVO de 29.11 a 07.12 de 2018

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In Loco, novo programa de oficinas de 15 horas do Instituto Casa da Photographia, tem como proposta trazer fotógrafos, dentro de suas áreas de atuação, para a realização de oficinas práticas em atividades associadas a manifestações populares ou situações gerais para assim possam dialogar, tanto na ordem teórica, quando na prática, em loco.

Dividido em três etapas, o Programa In Loco conta com um momento inicial onde os participantes desenvolvem um diálogo com a obra e o método de trabalho do fotógrafo convidado, em diálogo com o seu processo de criação.

Na segunda etapa, os alunos são conduzidos a uma imersão fotográfica in loco, com o acompanhamento do fotógrafo/instrutor. Neste momento, será realizada uma pesquisa visual baseada nas orientações proposta em sala de aula, no momento anterior.

Por fim, o grupo apresentará um portfólio editado do que foi produzido, que será objeto de uma leitura crítica conduzida pelo professor. Ao final os alunos serão certificados pela participação na oficina.


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A Oficina Vermelho por Dentro,  realizada de 29 de novembro à 07 de dezembro, com o fotógrafo Antonello Veneri, terá como foco o processo de criação de um ensaio fotográfico sobre a Festa Santa Bárbara, sendo estruturado em três etapas:

elaboração inicial, na qual será desenvolvida a conceituação da proposta;
execução em campo, que ocorrerá no dia da celebração religiosa, em 04 de dezembro e; edição e pós-produção do ensaio fotográfico, último e fundamental momento do curso.

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Parte 1
O fotógrafo mostrará alguns trabalhos produzidos nas principais festas religiosas do país e explicará, passo a passo, como construiu reportagens e ensaios, revelando os bastidores de vários projetos, inclusive o premiado pela National Geographic Itália.

Nesta etapa, os participantes receberão dicas importantes sobre como construir um ensaio fotográfico, entre elas:

O olhar, a técnica e as opções possíveis de pensar a cena;
Pensar por fotografias, não por fotografia. Quais fotografias e porque determinadas imagens são escolhidas. A melhor sequência que valorize cada fotografia;
Que tipo de fotografia é preciso ter num ensaio;
Quais fotografias excluir e porque, às vezes, uma boa fotografia não cabe num ensaio.

Parte 2
Trabalho prático durante a Festa de Santa Bárbara.
Cada participante criará um ensaio fotográfico sobre os festejos do dia 04 de dezembro no pelourinho, auxiliado pelas dicas do Antonello Veneri.

Parte 3
Edição (escolha) das fotografias e criação de uma sequência-ensaio de cada participante.

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PROGRAMAÇÃO
Quinta e sexta-feira dia 29 e 30.11, das 19 até as 21h30, apresentação de fotografias e estudo sobre o processo criativo de Antonello Veneri;
Terça-feira dia 04.12 [Festa de Santa Bárbara], das 06 até as 11hs: aula de campo – in loco;
Quinta e sexta-feira dias 06 e 07.02, das 19 até as 21h30: avaliação do material produzido por cada participante.


Vermelho por dentro, Oficina: Fotografia e processo de Criação com Antonello Veneri

Valor da oficina: R$ 400,00 [a vista]

Informações: WhatsApp 71.99929.9727, Marcelo Reis

Baixe o programa da oficina [Programa_Antonello]


Sobre Antonello Veneri [fonte Jornal A tarde 10/04/2017]

RETRATO ANTONELLONascido em Trento, a cidadezinha italiana espremida pelos Alpes – organizada demais, limpa demais –, ele estudou literatura italiana, mas logo começou a trabalhar como jornalis- ta e, depois, fotojornalista. Viajante, veio ao Brasil há dez anos. Quando responde por que escolheu Salvador para morar, põe um pouco de desorganização e sujeira na história. “Ela é o contrário da minha cidade natal. Aqui tem energia demais. E eu preciso disso”, diz. “Ao mesmo tempo, esta é uma cidade pouco fotografada. As festas são fotografadas, mas o cotidiano não”

Além de trabalhar para jornais e agências, Veneri faz parcerias com ONGs, como a Lua Nova, localizada em São Paulo, e com o Ministério da Saúde (Fiocruz), em projetos de documenta- ção social. Desde 2011, ele vem desenvolvendo dois projetos autorais: o Vidas Extra-ordi- nárias, em que documenta o dia a dia dos moradores de rua nas principais cidades do Brasil, e o Interiores, onde registra famílias nas favelas e subúrbios das capitais do país.

Há poucos meses, iniciou mais um ensaio de fôlego. “Pescadores Urbanos” é um documento da última colônia de pescadores que sobrevive em Mucuripe, na beira-mar de Fortaleza. “Ao longo dos últimos 30 anos houve uma forte redução do número dos pescadores e a lenta substituição das jangadas pelo conjunto de condomínios e prédios”, conta Veneri. Em suas fotos, a gentrificação e a especulação imobiliária avançam sobre os pescadores, que tentam resistir à ação do mar, do vento e dos interesses políticos.

Em Salvador, ele já registrou a Ladeira da Preguiça (série vencedora do prêmio National Geographic Itália, em 2014), o subúrbio ferroviário, os moradores dos casarões decrépitos do Centro, as travestis (projeto ainda em curso e sem data para acabar). “Salvador é uma cidade que não cuida muito de si. E, ao mesmo tempo, é uma cidade intensamente viva”, diz ele, que a cada bairro ou região fotografada exibe o resultado numa exposição feita para os moradores. “Eles nos presenteiam com o olhar, então é justo que tenham um retorno”.

Há alguns meses, num fim de tarde em sua casa baiana, foi tomado de susto por barulhos de tiros e pela correria decorrente. Sacou sua câmara e rumou para a praia de Itapuã, onde o corpo de um rapaz jazia em sangue. A foto jamais foi exibida em público. “Respeito à imagem do jovem”, justifica. Não deixa de representar o que há de potente em seu trabalho. Sob a luz da praia, a nossa Babilônia.


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